quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Nada de novo

Ontem começou a propaganda eleitoral gratuita para candidatos ao Governo do Estado, Senado e Assembleia Legislativa. Os programas foram marcados pela mesmice. Músicas melosas, pai, mãe, filhos, cachorros e papagaios dos candidatos e por aí foi. Missão mais difícil para aqueles que além de apresentarem suas propostas, tiveram de se apresentar ao eleitorado. O tempo acabou ficando curto para tanta informação.

Tentou e se deu mal

A candidata do PT, Ideli Salvatti até tentou inovar, mas não foi feliz na tentativa. O marqueteiro que convenceu a candidata a dar uma de “Ana Maria Brega”, digo, Braga deve estar, há essas horas, ajoelhado no milho por ter feito a petista passar pela situação ridícula. Eta “lorinho” feio e xarope. Não é a toa que no programa da noite o papagaio foi voar em outras bandas e sumiu do mapa. Mas já era tarde. A candidata foi bombardeada no twitter e virou até chacota no Youtube.

Ai, ai

Não dá para entender como uma candidatura que não pode reclamar de falta de recursos, como a de Ideli, não adote o TP (teleprompter), aquele equipamento acoplado às câmeras filmadoras que exibe o texto a ser lido pelo apresentador. Ficou evidente a leitura de Ideli no seu programa noturno, além disso, as cartolinas, pelo visto, estavam muito afastadas da câmera. Ideli ficou com cara de “um olho no padre e outro na missa”. Imperdoável.

Lula lá e Ideli aqui. Será?

Ideli usou e abusou da colagem na imagem do “cara”. Forçou tanto que quase passou a impressão de que tem mais moral que a companheira Dilma. Mas o discurso de “porta abertas”, “se deu certo no Brasil, imagine aqui”, etc... já foi usado nas eleições para prefeito, Carlito Merss se elegeu em cima deste discurso, no entanto, não cumpriu e sua avaliação popular todo mundo já sabe por onde anda. Pelo menos em Joinville, o discurso de Ideli pode não colar. É esperar para ver.

Hour concour

A propaganda ao Senado do ex-governador Luiz Henrique, deu um banho em todos os candidatos ao Governo do Estado. LHS encheu a tela com seu carisma e seu ar de “não preciso provar nada para ninguém”. Você me conhece. Abusou de imagens de impacto e “para variar” investiu quase que o tempo integral para vender o peixe de sua maior assinatura: a descentralização. Pelo andar da carruagem, só terá uma vaga ao senado na disputa.

Deputados estaduais

Ninguém se destacou. Muita gente, para pouco tempo de aparição. As propostas foram as mesmas e todo mundo querendo dar jeito na saúde, educação, emprego, segurança etc... No primeiro dia, os que concorrem a reeleição levaram vantagem, afinal não precisaram se apresentar.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Começa o “show”

Tem muito candidato que não quer nem saber de pesquisas eleitorais e aposta que o jogo só começa a ser jogado quando inicia a propaganda eleitoral gratuita. Para a alegria desse pessoal este dia chegou. Desde a terça-feira (17) milhares de candidatos começaram a invadir as casas dos eleitores através do rádio e da TV. No primeiro dia a expectativa de todos é de fazer bonito e não assustar a manada que está ali para analisar as propostas e escolher para quem vai o seu voto ou simplesmente confirmar a sua preferência decidida antes mesmo do horário eleitoral entrar no ar. Mas não são apenas os candidatos que se preocupam com o início dos “trabalhos”. É nos primeiros dias da propaganda política que as pessoas se reúnem em frente a TV com a intenção de ver embates dignos de clássico de futebol ou simplesmente a estreia de uma nova comédia pastelão. O que se viu, foi um pouco dos dois.

Serra

Quem abriu as cortinas foi José Serra (PSDB). Provavelmente orientado, bem orientado por sinal, evitou atacar o presidente Lula, até porque seria burrice bater “no cara” que tem 78% de avaliação de bom/ótimo, segundo a última pesquisa Ibope, divulgada na segunda-feira (16). Até ficou com jeito de elogio ao antecessor. “Seguir em frente”, “avançar”, foi o mote usado pelo tucano. Os 7min19s do candidato foram usados para destacar sua experiência na Saúde.

Dilma

A suspeita se concretizou: 10min39s na TV é bastante. É tanto tempo que dá para ir do Oiapoque ao Chuí e Foi isso que a candidata do PT Dilma Roussef fez. Dividindo a tela com o presidente Lula, Dilma mostrou, como era de se esperar, as realizações do atual governo. E foi milhão que não acabava mais. Emprego, PAC, investimentos, pré-sal etc... Mais afinados que dupla sertaneja, Dilma e Lula mostraram sintonia e deixaram evidente que são “unha e carne”. Sabem quantas vezes o nome de Lula foi citado? Eu contei: onze (só no programa noturno).

Marina

Coitada da candidata do PV. Tem a triste missão de se tornar conhecida e de quebra apresentar suas propostas em apenas 1min23s. Nessas horas ela gostaria de incorporar o espírito do saudoso Enéas e poder berrar “meu nome é Marina”. No tempo que lhe restou, Marina focou o discurso na bandeira de seu partido. Viva o verde.

Os outros

Novas e velhas caras apareceram nos segundos destinados aos candidatos nanicos. Um degrau acima está o candidato do Psol Plínio Arruda que apesar do jeitão matusalém, enquadra bem na telinha e fala bonito. Quem também surpreendeu foi o candidato do PCO Rui Costa Pimenta. Rui deu um upgrade no visual e abandonou o visual “classe trabalhadora” para adotar um modelito mais “dotô” com terninho, gravata e biblioteca de fundo, mas as novidades ficaram nisso, pois o discurso de “opressão” continua o mesmo.

Merchan

Alguém entendeu o que Levy Fidelix tentou fazer trazendo para a tela uma “cesta básica” com produtos de marca? Cara de merchandising, cheiro de merchandising e imagem de merchandising. Mas se era merchandising ninguém vai saber.

Ladainha

O candidato to PSTU Zé Maria, esqueceu de trocar o disco e o discurso é o mesmo de oito anos atrás. Aliás as imagens usadas na propaganda também. É bandeirinha do PSTU recortada pra cá pra lá e o velho e batido slogan “contra burguês vote...” você já deve ter decorado.

A sacada

Boa tirada teve o candidato do PCB Ivan Pinheiro. Sem rodeio pediu o “voto protesto” do eleitor. Se morasse em Joinville e fosse candidato a prefeito, poderia até se dar bem, mas como é candidato a presidente, talvez não receba nem o voto da família em protesto por ter entrado nessa furada.

O primeiro


Quem saiu na frente na corrida pelos votos dos catarinenses foi o joinvilense Abdala Abi Faraj (PP). Pelo menos na propaganda eleitoral. Abdala foi o primeiro a mostrar sua cara e seu número para os eleitores. Mas foi só a cara, porque o áudio ficou ruim e quase não deu para escutar o libanês.

O bailarino

Marinheiro de primeira viagem, o Dr. Dalmo Claro (PMDB) fez sua estreia no horário eleitoral. Mas não deu para prestar atenção nas suas propostas já que o homem não parava quieto e ficava bailando na tela mais que Fred Aster. O que ele prometeu mesmo? Ah sim, trabalhar pela saúde.

Cadê os Pizzolattis?

Nem pai, nem filho, nem neto. A dinastia João Pizzolatti não apareceu no programa eleitoral do PP. Como o deferimento da candidatura do Neto só foi dado na segunda-feira, provavelmente não deu tempo de gravar a participação. Já o Filho (que é o pai deputado), luta na justiça para poder se candidatar. Difícil, mas será que é impossível? Com a palavra o TSE.

Largou na frente


Na disputa pelo eleitorado petista da região, o ex- deputado estadual Francisco de Assis saiu na frente da primeira-dama Marinete Merss. Assis pediu o voto, colocou a filha para lembrar o seu número, pediu para os eleitores acessarem seu site. Já Marinete, nem deu o ar da graça.

José Carlos Vieira

Como diz o ditado, “esse mundo dá voltas”. Primeira eleição de casa nova, o deputado José Carlos Vieira largou o partido de oposição (DEM) para estrear no parido da base governista de Lula (PR). Resultado: só elogios ao presidente, ao Brasil, Santa Catarina e por aí a fora.

Salada mista

Tem candidato para todos os gostos concorrendo a Câmara Federal por Santa Catarina. Agricultor, índio, advogado, médico e por aí vai a miscelânea.

Só sorrisos


Com a “ajuda” de Carlito Merss, que está fazendo uma administração pra lá de questionada, o ex-prefeito Tebaldi estreou no horário eleitoral de bem com a vida. O tucano era só sorrisos. Lembrou que construiu a Arena, fez 500 km de asfalto e 400 salas de aula. Não precisou mais nada.

Os novos

Dois candidatos, representando Joinville e a nova geração política da região, se destacaram. Patrício Destro (DEM) e Leonel Camasão (Psol) mostraram desenvoltura e discurso de primeira linha. Os dois seguiram a linha do “vote no novo” e na mudança. Patrício pediu que os eleitores “apostassem nessa ideia” e Camasão pediu “coragem para mudar”. Outra coincidência entre os dois candidatos é que ambos são formados em jornalismo.

Telhado de vidro

Apenas três candidatos usaram o termo “ficha suja” em seus programas.

Haja coração

Se forem levados em conta todos os candidatos a deputado federal que pediram o “voto de coração”, vai faltar espaço para tanta gente. O coração de eleitor pode ser até igual coração de mãe (sempre cabe mais um), mas a urna só aceita um voto.